AGITAÇÃO NOTURNA
Ah! Quando cai a noite em céu urbano,
Sobre o atro manto que tolda sobre as casas,
Os reboliços: um alarido vem de dano em dano;
De bares em bares vem arder em brasas.
Da luz dos postes usufruem, como humano,
Mariposas, enlouquecidas, despedaçam as asas
Da liberdade, embebedando-se em puro engano,
Pois desordeiros se afogaram em noites rasas.
O típico silêncio da noite, o descansadeiro,
É palco da balbúrdia e da inquietação
Que invade a alma de um arruaceiro.
Na noite virgem que perscruta a escuridão,
Lá fora pode se ouvir tanto berreiro,
E eu me confinando em solidão.
(YEHORAM)