TANTAS COISAS


Vagamos nuvens, extravasamos, abrimos orifícios,

Cismamos, apontamos o que não víamos, sorrimos,

Rodamos noite a dentro, beiramos precipícios,

Passamos por tantas coisas, varamos túneis, exigimos.


compartilhamos, pensamos que tudo fosse um prenúncio,

Da terna - eterna primavera; como nos iludimos!

Voamos despreocupados com os ossos do ofício,

Erramos, acertamos, superamos os cimos.


Latejamos os corações, acordamos o silêncio,

Entrelaçamos nossos corpos, fomos um, fluímos,

Sem saber onde é o fim, o meio, o início.


Fomos, vimos, colidimos, preenchemos o vazio,

Acreditamos na força do amor, por isso resistimos,

Hoje contemplamos a vida com olhos macios.