MASOQUISMO
Sorvo as viscosas gotas de teus olhos
que me envenenam, féleas, com desprezo,
impondo a mim louvar-te os capitólios
e deglutir meu grito, escravo preso...
As minhas ondas quebram-se em escolhos
do teu violento mar de medo e peso...
Mas sigo a acumular-te os monopólios
e como em raspa, ao chão, teu menosprezo.
És a fogueira que me bane a neve,
tornando todo o gelo fogo breve
que crava sua brasa ardendo em mim...
Porque faminto sou de teus sobejos,
manjares de meus ásperos desejos...
O meu amor me adoça a dor, enfim.