Sentinela em África
Sentado nesta rocha secular
espero, de arma ao peito, uma silhueta
que poderá surgir ou não. Asceta
na noite de Natal. Triste é pensar!
Em noite de Natal, pronto a matar!...
De vigília…sozinho, baioneta
entre as mãos. Rubro cigarro: chupeta.
Olhar no além…menino a recordar!
Sonhando, vejo o mundo aos abraços.
Todos irmãos, na noite de Natal!...
Eu, longe…co’a família nos meus braços!
Súbito, ouço, por entre o matagal,
um barulho - talvez, de alguém, os passos.
…triste, um negrinho!...Prenda de Natal.
(Leça do Balio - 17/11/1972)