Soneto II
Sem estradas por onde caminhar,
minha alma parece-me parada.
Por estas noites ando desvairada,
tremula e tonta ante o teu olhar.
Sem o querer, me pego a soluçar
olhando a tua imagem adorada.
Eu, pobre menina desamparada,
teu duro coração não soube amar.
Este meu desejo qual vil serpente,
enlouquecidamente busca ensejo
para entregar-me a ti completamente.
Na vida vou aprendendo a ser atriz,
a esconder avalanches de desejo
sob camadas finas de verniz.