Soneto miserável
No prato alguns grãos de arroz
O rosto meio amargurado
Na tristeza de tudo acabado
Com medo do que venha depois
Estes eram os últimos grãos que tinha para comer
A seca acabou com tudo o que possuía
Seu corpo então já percebia
Que restava pouco tempo para se viver
A poeira dizia em prantos
Que nem agüentava aquele calor
E os mortos debaixo de seus mantos
Refletiam da terra o seu sabor
Pedindo a todos os santos
Que os livre desta dor.