INSISTÊNCIA

Cultivar meu jardim de cactos secos

que nasceram nos solos das mentiras...

Alastrar as estradas entre becos,

em vielas barrentas de árduas iras...

Eis meus atos de traços tortos, fracos!

Porque eu creio em matizes de ternuras,

minha sina é colher os poucos cacos

que me sobram de enganos, em tristuras...

A engolir frustrações, vou assistindo

desmancharem-se, ao sol abrasador,

meus castelos erguidos sobre o gelo...

Mesmo assim, surdo às turras e insistindo,

sigo em vento contrário ao desamor

e ao ingrato, concedo o bem do zelo.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 31/01/2012
Código do texto: T3471809
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