INSISTÊNCIA
Cultivar meu jardim de cactos secos
que nasceram nos solos das mentiras...
Alastrar as estradas entre becos,
em vielas barrentas de árduas iras...
Eis meus atos de traços tortos, fracos!
Porque eu creio em matizes de ternuras,
minha sina é colher os poucos cacos
que me sobram de enganos, em tristuras...
A engolir frustrações, vou assistindo
desmancharem-se, ao sol abrasador,
meus castelos erguidos sobre o gelo...
Mesmo assim, surdo às turras e insistindo,
sigo em vento contrário ao desamor
e ao ingrato, concedo o bem do zelo.