São Gregório de Matos Guerra

Jorge Linhaça

Meu São Gregório, o de Matos Guerra
Boca de brasa ou lábios de mel
Dão-te o inferno, oferto-te o céu
Deixai aos tolos as suas quimeras

Morda-se o papa, na sala de espera
Roa d'inveja o seu rico anel
Tu , ó Gregório, moldaste em cinzel
Versos tão lindos que ninguém supera

Ah quem me dera saber sonetar
Ter-te do estro pequena fagulha
Fosse uma gota do teu grande mar

Coser meus versos com áurea agulha
Mas ninguém pode sequer te imitar
És antracito e eu menos que hulha

Salvador, 30 de janeiro de 2012