A SURPRESA

Eu já estava acostumado aos teus voejos,

noturnas pândegas, andanças pelos bares...

Sentir-te a falta em nosso ninho de desejos,

a colorir o mais onírico dos lares...

E fui direto a procurar-te nos lugares

onde pairavas a encantar com teus gracejos...

As fortes luzes de faróis, os desamares,

fumaças tóxicas e vícios malfazejos...

Os gritos de homens e mulheres desvairados

me penetravam pelos tímpanos surrados,

cravando a ausência tua em garras dolorosas...

Voltei ao ninho transtornado de furor!

Mas me amansei ao encontrar-te, ó meu amor,

à minha espera, sobre o leito todo em rosas!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 28/01/2012
Código do texto: T3466251
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