O BÊBADO
“Mais uma dose, garçom, por favor,
E um pedacim daquele tira-gosto...”
E a gente vê nas marcas do seu rosto
A expressão cirrótica da dor.
Embriagado, sujo, mal vestido,
Dupla visão, andar cambaleante,
Ele se vai sem rumo, vacilante,
Imagem rota do herói vencido.
Perdera a luta contra a dependência!...
Desfigurado pela decadência,
Sem fé, sem nome, sem paz e sem lar,
Vai tropeçando nos seus próprios passos,
Mostrando ao mundo as dores e os fracassos
De quem na vida parou de lutar.