O BÊBADO

“Mais uma dose, garçom, por favor,

E um pedacim daquele tira-gosto...”

E a gente vê nas marcas do seu rosto

A expressão cirrótica da dor.

Embriagado, sujo, mal vestido,

Dupla visão, andar cambaleante,

Ele se vai sem rumo, vacilante,

Imagem rota do herói vencido.

Perdera a luta contra a dependência!...

Desfigurado pela decadência,

Sem fé, sem nome, sem paz e sem lar,

Vai tropeçando nos seus próprios passos,

Mostrando ao mundo as dores e os fracassos

De quem na vida parou de lutar.

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 14/01/2012
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