Aos Jovens Sonetistas
Jorge Linhaça
 
Doce surpresa me enche de encanto
Os versos brancos tem contrapartida
Velhos sonetos retornam à vida 
Nas mãos de jovens em fértil recanto
 
Pus-me um sorriso sequei o meu pranto
Pois a batalha não é mais perdida
Inda que a luta se faça renhida
Dentre as ruínas já ouço seu canto
 
Não desmereço aos outros poetas
Peço que entendam a minha alegria
Pois que pensava já ser utopia
 
Ver entre os jovens tais obras seletas
Que eu já via morrer lentamente
Como fosse o sol num final poente
 
*****
II
 
Ah, sonetistas rompendo na aurora
Tão poucos anos já tendes pra trás
Mas se o soneto ja oi vos compraz
Deixo convosco a minha penhora
 
Busquem caminhos poesia afora
Os rondéis, rondós e os virelais
Mas não deixeis os sonetos jamais
Pois a grandeza em seus versos vigora
 
Sou cordelista; viajo na prosa
Tudo m'encanta no mundo infantil
Nada me privo neste caldeirão
 
Mas os sonetos pra mim são a rosa
Com suas cores e olor sutil
Onde desprendo a minha emoção.
 
 
 
Salvador, 9 de janeirode 2012
 
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