PERDA
É por ti que tanto perco as passadas,
Nesta hora que te busco sonhando,
Pois, nem nas fantasias desdobradas,
Eu não deixo de me ver te encontrando.
Dias a revirar gavetas e armários,
Sem descobrir nada do teu perfume.
Choro saudoso..., pelos santuários
Do teu quarto, no teu amar por costume.
Longe de mim como podes tu viver?
Se nem mesmo de mim eu me alimento,
E a cada dia soma-se o sofrimento!
Ficarei sempre a penar por sua partida,
Meu morto coração já é teu em vida,
Mesmo se conseguisse sem ti morrer!