Esculpido em mármore

Erguido ao léu na negra substância

Fértil do chão escarpado,

Fui esculpido ao enfado

Pelo fel arquitetônico da repugnância.

E toda a pompa dessa elegância

Revestida pelo desagrado,

Nesse terreno mórbido e amaldiçoado,

Há de ter pouca importância.

No cálido tempo desta cidade

O olhar nauseante e cabisbaixo

Irrompe do outro efêmera infelicidade...

Morada erma, cá me encaixo

Debaixo dos braços trêmulos da árvore

Eu, impassível sarcófago de mármore!

Dezembro de 2011

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 02/01/2012
Código do texto: T3418171
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.