Esculpido em mármore
Erguido ao léu na negra substância
Fértil do chão escarpado,
Fui esculpido ao enfado
Pelo fel arquitetônico da repugnância.
E toda a pompa dessa elegância
Revestida pelo desagrado,
Nesse terreno mórbido e amaldiçoado,
Há de ter pouca importância.
No cálido tempo desta cidade
O olhar nauseante e cabisbaixo
Irrompe do outro efêmera infelicidade...
Morada erma, cá me encaixo
Debaixo dos braços trêmulos da árvore
Eu, impassível sarcófago de mármore!
Dezembro de 2011