OUTRA COVA

Eu estava morto? Não se acreditaram!

Eram vivos fantasmas os meus dizeres,

Que surgiam dos livros. Eu por prazeres

Os editei..., e muitos já os folhearam.

Nada que me importa, entretanto a fama,

Que até é cuspida por soberbos autores;

Mas, para nós são apenas pobres atores,

Pois, fama revela-se mas, não se toma!

Inveja eu nem preciso - assim me conheço!

Se gosto não se discute, viu amigo meu...?

O palhaço é que escolhe o seu adereço.

Para teu desgosto ainda fica quem morreu,

Mas..., trocarei a minha cova de endereço,

Mais lido e falado, só morto, e este não sou eu!

Setedados
Enviado por Setedados em 02/01/2012
Reeditado em 10/01/2012
Código do texto: T3417826
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