OUTRA COVA
Eu estava morto? Não se acreditaram!
Eram vivos fantasmas os meus dizeres,
Que surgiam dos livros. Eu por prazeres
Os editei..., e muitos já os folhearam.
Nada que me importa, entretanto a fama,
Que até é cuspida por soberbos autores;
Mas, para nós são apenas pobres atores,
Pois, fama revela-se mas, não se toma!
Inveja eu nem preciso - assim me conheço!
Se gosto não se discute, viu amigo meu...?
O palhaço é que escolhe o seu adereço.
Para teu desgosto ainda fica quem morreu,
Mas..., trocarei a minha cova de endereço,
Mais lido e falado, só morto, e este não sou eu!