EU, SEM MÁGOAS

Pelos anos costurados na pele minha,

Eu fui de fato o escarnecido artista,

Debruçando neurônios na escrivaninha,

A exibir a arte diante da conquista.

Sou pelos meus sonhos, então fotografado,

Quer de dia ou de noite, ser o início e final;

Aos meus seres em vida sou emprestado,

A me vagar pelas ruas de um ancestral.

Mesmo assim, neste dia morri sofrido,

Porque não tinha ninguém a aplaudir-me.

Pior é esse talhe de alegria sem sentido...,

...Que só, naquele tempo ficou a urdir-me.

Pois, é agora uma obra do mestre querido,

Que eu mesmo me leio sem confundir-me.

Setedados
Enviado por Setedados em 01/01/2012
Reeditado em 02/01/2012
Código do texto: T3417014
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