EU, SEM MÁGOAS
Pelos anos costurados na pele minha,
Eu fui de fato o escarnecido artista,
Debruçando neurônios na escrivaninha,
A exibir a arte diante da conquista.
Sou pelos meus sonhos, então fotografado,
Quer de dia ou de noite, ser o início e final;
Aos meus seres em vida sou emprestado,
A me vagar pelas ruas de um ancestral.
Mesmo assim, neste dia morri sofrido,
Porque não tinha ninguém a aplaudir-me.
Pior é esse talhe de alegria sem sentido...,
...Que só, naquele tempo ficou a urdir-me.
Pois, é agora uma obra do mestre querido,
Que eu mesmo me leio sem confundir-me.