Sereia das Ondas
Jorge Linhaça
 
Entre as ondas, sereia, me esperas
Sobre o rochedo teu corpo eu vejo
O canto doce de mil primaveras
Enche minh'alma d'amor e desejo
 
Por ti, sereia, enfrento as quimeras
Da minha razão  até me aleijo
Serás miragem da mente, deveras
Ou sentirei o calor dos teus beijos?
 
Talvez devesse tal como Ulisses
Fazer-me amarrar no mastro da nau
Pra que teu canto por mais qu'eu ouvisse
 
Não me fizesse jamais nenhum mal
Mas não me prendo e vence a tolice
Corro o risco do amor fatal
 
 
Salvador, 01 de janeiro de 2012