Soneto perdido
Vítima de uma tristeza sem fim
Da falta, da perda do que eu nunca tive.
Escondo, esqueço, finjo
Por trás da farsa que diz que vive.
Pendura a agonia no coração
Um perdão, socorro, pedido
Pedaços inteiros no chão
Que aos poucos tenho perdido
E dentro percebe-se a escuridão
Do vazio escuro no peito
No fundo que faz a moldura torta
Segredos num baú esquecido
Trancando a vontade de um dia ter feito
A cópia errada da chave da porta.