O POETA E O POEMA
Se Eu poeta hoje passeio no passado
Me livro deste peso do amar perdido
Tornei-me leve, livre como ser alado
Sou vitorioso sem mesmo ter vencido
De escriba fiz palavras e me tornei artista
Talhando no papel imagens concebidas
No circo fui palhaço, agora equilibrista
De noites mal dormidas, tonto de bebidas
Se versos não criei por não ter emoção
A falta não foi minha nem do amor culpado
Eu fui abandonado em outra direção
Hoje na fama sou por muitos aclamado
Perdi o sentimento e mesmo o coração
- Que este poema vil não seja declamado!
© Fernando Tanajura