O CONTRASTE
Viver! Celebrar a vida, mas por que razão,
Se desde o nascimento já conhecemos o pranto?
Se eu celebro e bebo, me alegro o coração,
É para não pensar na dor que dói - e o quanto!
Na aurora que nasce brumosa, surge a visão,
De um dia funesto que irrompera em espanto;
Na calma que paira o sol na imensidão,
Enquanto o mundo chora tanto e tanto!
Acerbo contraste que o mundo oferece
Para quem nasce, cresce e falece,
Só por uma centelha vale a dura pena.
Enquanto chora a alma, o peito alegra,
Tal como raia o dia e a noite integra
E até o fim repete a mesma cena.
(YEHORAM)