A ESPERA
Não satisfaço-me com esta distância,
Nem me conformo, eu, co´esta clausura,
Que me infarta alma de amargura,
Quer me tirar do desejo a importância.
E nesta tua tão vaga dissonância,
De tanto cuidar da tua vida futura,
Esqueces, que dela, teremos maior ventura,
Sem que caiamos, dela, na ignorância.
E quanto a mim que vivo nesta espera,
Da tua realização, da oportunidade,
Terei de esperar por outra primavera?
E mesmo que meu coração por vontade
Aguente tanto tempo e viva nesta esfera,
Não resistirei tanta contrariedade.
(YEHORAM)