O TEU SARCASMO
Já estou sentindo ermo de tua resposta,
Depois que tão cauteloso te escrevo,
Esperando saber de tua dor suposta,
Acabei por receber o teu imoto enlevo.
Pois sei que achas que algo eu te devo
Embora nada eu deva da tua proposta;
Das críticas que me fizeste, eu relevo,
E não sujeito nunca a coisa imposta.
Mas logo extinguiste este ledo sonho
Que florescera em nós belo e risonho,
Sem esperar fiquei surpreso e pasmo.
Pela força que tiveste ao se ausentar,
Ainda cismo a noite, ponho-me a sonhar,
Mas caio sempre neste teu sarcasmo.
(YEHORAM)