ABATIMENTO

Minh´alma vai como a pomba ferida,

Pelos cimos dos postes, moribunda,

Buscando abrigo, lânguida e vagamunda,

Chorando tristonha e sofrida.

Ao sentir teu desdém, voa abatida,

Toda suja, na janela, esbarra infecunda

De esperanças, de plumagem imunda,

De amor, morrendo, toda perdida.

E como que sobrando inda vida nela,

Um pouco de alento, suplicante anela,

Um olhar só de carícia, só de amor.

E mórbida, manca, na face um quebranto,

D´olhos rubros, suspirante, num pranto,

Agoniza no seu ninho de dor.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 26/11/2011
Reeditado em 20/06/2014
Código do texto: T3358171
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