Efêmero Luar

Leitosa lua, lamentosa e lenta.

Lago de luzes; lírio largo e leve.

Lustroso leito; a luz da lua eleve

O langue lume que à luxúria alenta.

Ditosa emproa-te a atrair o breve

Instinto humano – qual mar que arrebenta –

A se agitar na noite morna e argênt’a,

Enquanto o sol junto à moral faz greve.

Oh lua, és mãe das ânsias nunca ditas!

À luz as dá e oculta-as com teu manto

Noturno, assim imanta-as e entretanto...

Irmã na sorte das paixões que incitas:

Crescer, brilhar, minguar e se apagar...

Volúveis ambos: o Prazer e o Luar.

Caio Batista
Enviado por Caio Batista em 25/11/2011
Código do texto: T3356390
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