MINHA BOCA ARDE!
Minh’alma inerme busca sensações.
Meu corpo, silente, sonha com carinhos.
Minha boca arde, como se mordera espinhos
e meu coração, inerte, recusa emoções!
Confusos estados de alma, contradições,
como a do pássaro estéril fazendo ninhos,
ou o desejo de no mar se abrir caminhos,
na esperança de encontrar novas estações!
E nada em mim aceita ou se conforma
com esta existência insulsa e adiada,
pequena, tão sem cor... e até sem forma...
Mas nada me ocorre p’ra tê-la ampliada.
Se a olho de mais perto, mais se deforma
e mais a minha alma fica angustiada!...