MINHA BOCA ARDE!

Minh’alma inerme busca sensações.

Meu corpo, silente, sonha com carinhos.

Minha boca arde, como se mordera espinhos

e meu coração, inerte, recusa emoções!

Confusos estados de alma, contradições,

como a do pássaro estéril fazendo ninhos,

ou o desejo de no mar se abrir caminhos,

na esperança de encontrar novas estações!

E nada em mim aceita ou se conforma

com esta existência insulsa e adiada,

pequena, tão sem cor... e até sem forma...

Mas nada me ocorre p’ra tê-la ampliada.

Se a olho de mais perto, mais se deforma

e mais a minha alma fica angustiada!...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 03/01/2007
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