LUDIBRIAR-SE
A tristeza, a angústia, são agentes da morte
Dos meus desejos, dos meus lindos sonhos,
Que quanto mais matam, mais deixam forte,
Essa hidra de intentos medonhos.
E quanto mais eu luto contra um grande porte
Que no coração sufocam brilhos risonhos,
Me resta fugir das dores, fujo sem aporte,
Pois tornam-se desejos em ímpetos bisonhos.
No langor da noite, no silêncio deste martírio,
Os gritos da mente redundam em delírio
De acreditar que amanhã é um novo dia.
Mas quem sabe se na luz do alvorecer,
Inda neste delírio louco poderei sonhos rever
E por uns segundos gozar duma alegria?
(YEHORAM)