DESEJO

Nutro um desejo - na minh'alma - ardente,

Como um querer mais forte que a vontade,

De não mais padecer com a saudade,

Que vem de longe e invade-me o presente.

Esta saudade faz-me um prisioneiro!

Não há como a varrer da minha mente...

Por mais me esforce, por mais vezes tente,

Sempre vem ela a me envolver inteiro.

É A saudade de quando - inda criança -

Não existia em mim qualquer lembrança,

Porque - em mim - passado algum havia.

É A saudade de quando eu só brincava;

É A saudade de quando eu não pecava;

É A saudade de quando eu não sofria.

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Sá de Freitas
Enviado por Sá de Freitas em 30/12/2006
Código do texto: T331740