"O VALOR EM SEU TODO"

De que vale meu corpo, esta massa,

Se não sinto minhas pernas, elas estão mortas,

Se não posso locomover-me até a praça,

Aos campos?... Sou um mundo sem portas.

De que vale meu corpo, toda estrutura,

Se não me valem os olhos, eles estão escuros,

Se não posso olhar a vida em sua conjuntura,

O meu semelhante?... Sou um prisioneiro dos muros.

De que vale meu corpo, esta peça física,

Mesmo estando vivos meus órgãos sensitivos,

Mesmo fazendo uso das reais funções,

Se neles eu ponho toda minha crítica,

Se neles eu me apoio em todos os motivos,

Trazendo neles o uso sem as devidas percepções?...

(ARO. 1977)

Profaro
Enviado por Profaro em 03/11/2011
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