POR QUE TARDAS, QUERIDA?
MARCOS LOURES
Por que tardas, querida? Eu te amo tanto
Quanto jamais queria ter amado.
Estrelas que se entornam sobre o manto
Da noite neste céu iluminado,
Não mostram precisão tamanho encanto
Que sinto. Sou um velho enamorado
À espera de, quem sabe, ouvir o canto
Mesmo que em ermo pátio abandonado.
Beijando a sensação de estares perto
De mim. Qual tresloucado vago à toa,
Trazendo a solidão como estandarte.
Em noite alta, madrugo e mal desperto,
Enquanto a dor no peito inda ressoa
Vasculho por teu rastro em toda parte...
BUSCA (11)
EDIRPINA DE BARROS
Vasculho por teu rastro em toda parte,
buscando – feito louca – por teu vulto,
por conta deste amor jamais sepulto,
pois sei que o meu destino é sempre amar-te.
Por ti eu vou à Lua! Vou a Marte!
Ao tenebroso mar! Sertão inculto!
E a fera mais voraz enfrento e insulto,
por conta deste amor, meu baluarte.
E assim buscando teu amor, sem medo,
no sideral espaço, no penedo,
eu vago por aí, tristonha andejo.
Um dia hei de encontrar-te, ó, meu amado,
e hás de escutar o grito meu, meu brado,
na força deste amor, que é tão sobejo.
Brasília, 3 de Novembro de 2011.
Pura chama, pg. 76
MARCOS LOURES
Buscando solamente adónde voy
Los brillos que dejaste en el camino,
Y cuando eso percibo no domino
Mismo cuando mui lejos yo estoy,
En siderales brillos, la esperanza,
Moviendo cada sueño y así veré
La vida solamente en su porque,
Bien más allá el canto en fin me lanza,
Dejase la tristeza sin sentido,
Mis viejos, dolorosos, mundos fríos,
Después de los terribles desafíos,
Errores del pasado ahora olvido,
Sin mismo acreditar en nueva suerte,
Amor supiera fuerza, miedo y muerte.
Onça
Edir Pina de Barros
Sem mesmo acreditar em minha sorte,
eu sigo a te buscar, de amor perdida,
porque tu és razão de minha vida,
e sempre te amarei na vida e morte.
Sem ti não tenho nada, paz ou norte,
e levo dentro em mim só dor, ferida,
essa tristeza infinda, desmedida,
não há – além de ti – o que me importe.
O teu amor eu quero, sim, preciso,
por conta desse meu voraz desejo
que corre em minha veia. E nunca passa.
Eu busco por teu vulto, teu sorriso,
seguindo os rastros teus, que já farejo
feito uma onça que pressente a caça.
Brasília, 3 de Novembro de 2011.
Pura chama, pg. 23
MARCOS LOURES
Por que tardas, querida? Eu te amo tanto
Quanto jamais queria ter amado.
Estrelas que se entornam sobre o manto
Da noite neste céu iluminado,
Não mostram precisão tamanho encanto
Que sinto. Sou um velho enamorado
À espera de, quem sabe, ouvir o canto
Mesmo que em ermo pátio abandonado.
Beijando a sensação de estares perto
De mim. Qual tresloucado vago à toa,
Trazendo a solidão como estandarte.
Em noite alta, madrugo e mal desperto,
Enquanto a dor no peito inda ressoa
Vasculho por teu rastro em toda parte...
BUSCA (11)
EDIRPINA DE BARROS
Vasculho por teu rastro em toda parte,
buscando – feito louca – por teu vulto,
por conta deste amor jamais sepulto,
pois sei que o meu destino é sempre amar-te.
Por ti eu vou à Lua! Vou a Marte!
Ao tenebroso mar! Sertão inculto!
E a fera mais voraz enfrento e insulto,
por conta deste amor, meu baluarte.
E assim buscando teu amor, sem medo,
no sideral espaço, no penedo,
eu vago por aí, tristonha andejo.
Um dia hei de encontrar-te, ó, meu amado,
e hás de escutar o grito meu, meu brado,
na força deste amor, que é tão sobejo.
Brasília, 3 de Novembro de 2011.
Pura chama, pg. 76
MARCOS LOURES
Buscando solamente adónde voy
Los brillos que dejaste en el camino,
Y cuando eso percibo no domino
Mismo cuando mui lejos yo estoy,
En siderales brillos, la esperanza,
Moviendo cada sueño y así veré
La vida solamente en su porque,
Bien más allá el canto en fin me lanza,
Dejase la tristeza sin sentido,
Mis viejos, dolorosos, mundos fríos,
Después de los terribles desafíos,
Errores del pasado ahora olvido,
Sin mismo acreditar en nueva suerte,
Amor supiera fuerza, miedo y muerte.
Onça
Edir Pina de Barros
Sem mesmo acreditar em minha sorte,
eu sigo a te buscar, de amor perdida,
porque tu és razão de minha vida,
e sempre te amarei na vida e morte.
Sem ti não tenho nada, paz ou norte,
e levo dentro em mim só dor, ferida,
essa tristeza infinda, desmedida,
não há – além de ti – o que me importe.
O teu amor eu quero, sim, preciso,
por conta desse meu voraz desejo
que corre em minha veia. E nunca passa.
Eu busco por teu vulto, teu sorriso,
seguindo os rastros teus, que já farejo
feito uma onça que pressente a caça.
Brasília, 3 de Novembro de 2011.
Pura chama, pg. 23