O TEMPO APAGA
O tempo apaga aos poucos o lamento,
As coisas inolvidáveis, tétrica memória,
Apaga certamente a imensa glória,
O tempo só não apaga o próprio tempo.
Se um grande amigo não quero esquecer,
O tempo o deleta assim tão arbitrário
Que mesmo desejando o contrário
Eu vejo a sua imagem escurecer.
E mesmo as figuras de maiores riquezas,
Aquelas mais raras personalidades
São vítimas das suas próprias correntezas.
E quando busco delas recordações
Só encontro em livros as suas saudades
E o que restou das suas ilusões.
(YEHORAM)