Lamento indígena (I)
 

Primeiro nos tomaram nosso chão,

depois de tantas lutas, de sevícias,

de sangue derramado por milícias

nos pantanais, cerrados e sertão;


estavam construindo uma Nação

erguida sobre esteios das sordícias,

com falsos brindes, álcool e malícias...

E tudo se repete, desde então.


Tiraram os minérios das jazidas

e agora querem tudo, nossos rios

que sempre foram livres, corredios...


Querem agora o pouco que nos resta,

como se vê e a própria história atesta,

não basta o que tiraram: terras, vidas.


 
Brasília, 28 de Outubro de 2011.
Cantos de Resistência, pg. 29



Josemir Tadeu Souza Uma verdade sanguinária, que ainda insistem esconder. Ainda bem, que a vida nos empresta a poesia, que funciona aí, como arma de grosso calibre! Que todos possam ler PROFUNDAMENTE essa poesia, e a partir daí, que passem a inspirar-se nesse tema, poetando sobre ele, pra que nada fique oculto sob o silencioso criminoso dos feitos hediondos. PARABÉNS EDIR PINA DE BARROS. Facebook, 28 de outubro de 2011.



MARCOS LOURES RESPONDEU:
En nombre de una “civilización”
Decimaran naciones y culturas,
Las manos que conquistan tan impuras,
Matando sin vergüenza y ni perdón,

La plata, el oro, “Dios” es la razón
Al transformar en tierras más escuras,
Vergeles entre muertos y torturas,
Las marcas de guerrero, mero ladrón.

Y así en toda América se ha visto 
El sangre derramado sin escusas,
Palabras sin sentido, tan obtusas,

Y tanto que repito o mismo insisto,
¿Por qué usar el nombre del Señor?
Ejemplo sin igual del raro amor…


Lamento indígena (2)
Edir Pina de Barros


E foram tantas mortes, por chacinas,
em nome do Progresso, Cruz e Espada,
a América invadida e ensanguentada,
por mãos ignóbeis, sujas, assassinas;

violentadas mães, avós, meninas,
depois de muita guerra e luta armada,
de muitos povos nem restou mais nada
e tudo terminou em mãos sovinas.

A oferta da bebida - grande arma –
vírus, facões, espelhos, sedução,
o fim de tantos sonhos, tantos povos.

E os novos invasores, quem desarma?
Quem vai conter agora a dura mão
e dar à história rumos outros? Novos!
 
Brasília, 31 de Outubro de 2011.
 

CANTOS DE RESISTÊNCIA, pg. 30
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 28/10/2011
Reeditado em 19/02/2024
Código do texto: T3302959
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