QUEBRA CABEÇA CUBISTA
Duble de mim mesmo, acordo todo dia.
Sonhando ganhar na mega sena...
Na balança da vida quanto vale a minha pena?
Cadê minha sorte? Morrer podia?
Beijo sujo é o que me apresenta a vida.
Resvalam em mim tiros: falças línguas.
Que me seca, me aperta, puras ínguas.
Contorno ruas largas e não vejo saída.
Quando seca este estado febril?
Ainda me servem, goela abaixo, água salgada
Classificam-me de egoísta, cético e vil.
Minha vida é um quebra cabeça cubista
Onde as peças estão todas trocadas
E algumas mastigadas pelo cão moralista.