"RASCUNHO DE ILUSÃO"
De repente eu sinto a força nas mãos,
Eu sinto um poder sufocante, sem comparação.
Eu me percebo pronto à luta e à vitória...
Aí eu me subestimo e volto à real, sem glória.
De repente tudo se me avoluma, e se me apresenta
Em forma de vida, e do que ela me representa.
Eu cresço. Até me agiganto em convicção.
Mas, novamente algo me torna ao chão.
De repente a mente se abre e se solta.
Tudo clareia, nada me aborrece à volta,
Até outro momento de frustrante percepção
De que em mim o que se faz consome de repente
Como se fosse, e me cresce a dúvida insistente,
Um simples esboço desta vida numa amarga ilusão.
(ARO. 1994)