...Instante
Tudo era sonho vivo. Não sei de mim agora,
mergulhei sabendo que a estrada, a cada instante,
Ainda a construir, poderia ser errante
para distanciar de mim doce “eu” de outrora.
Não sei se sei de mim, se da taça espumante,
de amores e sonhos, que erguia aos céus outrora,
namorando a vida em exuberante aurora,
que, num hausto, sorveu meu “eu” de caminhante.
Não sei se sei de mim, os passos inconstantes;
de fugas lestas e ferozes faz-se a estrada
com sede do “eu”, na areia em deserto escaldante.
Não sei se ora de mim sei – do meu “eu”, enfim.
Sonhos, taça, passos, conduzem ao passado,
Raízes do meu “eu”, que também cuidou de mim.
Liliane Prado