Reciclagem
Edir Pina de Barros
Refeita do meu sonho amortalhado,
cinéreo sonho, fonte de desgosto,
razão de tantos vincos no meu rosto,
agora olho em paz o meu passado.
Sofri! Demais chorei e, por suposto,
não me arrependo não, se eu hei sonhado,
porque sonhar é dom, um belo fado,
ainda que a tal dor me tenha exposto.
Sem sonhos esta vida vale nada,
seria muito mais desencantada,
um duro fardo, rosa sem perfume.
O inverno traz, no ventre, a primavera
e a dor, filha do sonho, da quimera,
é passageira feito um vaga-lume.
Brasília, 14 de Outubro de 2011.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 24
Sonetos selecionados, pg. 22
Edir Pina de Barros
Refeita do meu sonho amortalhado,
cinéreo sonho, fonte de desgosto,
razão de tantos vincos no meu rosto,
agora olho em paz o meu passado.
Sofri! Demais chorei e, por suposto,
não me arrependo não, se eu hei sonhado,
porque sonhar é dom, um belo fado,
ainda que a tal dor me tenha exposto.
Sem sonhos esta vida vale nada,
seria muito mais desencantada,
um duro fardo, rosa sem perfume.
O inverno traz, no ventre, a primavera
e a dor, filha do sonho, da quimera,
é passageira feito um vaga-lume.
Brasília, 14 de Outubro de 2011.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 24
Sonetos selecionados, pg. 22