ERMO CORAÇÃO

Olho o céu cinéreo, o dia escuro,

O frio me abraçando desde os pés

Como um sombrio vulto do futuro

E as ressacas loucas das marés.

Assim eu sinto a alma já semanas

Depois de assegurar-me deste travo,

Pois digo: Ó vida, pensas que me enganas,

Não vês que de mim mesmo sou escravo?

Entre tropel de folhas, tragam os ventos,

Como fervem em mim os pensamentos

Sobre como corrói a solidão.

Mas se o dia mostra-se cinza e glacial

É por ser-me solidário e especial

Com meu esquecido e ermo coração.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/10/2011
Código do texto: T3259523
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.