ANTIGO AMOR
Na alma dum poeta solitário
Pululam as noites açodadas
Pelos desertos do santuário
Entre as palmeiras desatadas.
Já nasce na noite breus vazios
Sentam-se ao lado para compor
Soturnos versos e sombrios
Que lembram deste antigo amor.
E um corpo exangue sobre o leito
Das brumas de meus devaneios
Em fumos sobem pela escuridão.
Ao sonhar, a alma, sonho perfeito
Que tropeça, lânguida, em seus receios,
Tropeça na própria ilusão.
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(YEHORAM)