PRENDA
Bem devagar, cai do céu um poema,
vem mansamente, um anjinho, tão lento,
paira embalado ao carinho do vento
e traz consigo, nas asas, seu lema:
“Sorver do amor e emanar paz suprema!”
Vem a bailar, em sutil movimento,
colhe na brisa, em frescor, o alimento
para cuidar de uma flor, do meu tema.
Esse poema que vaga nos ares
e se aproxima, a sagrar meus altares,
tem, dentro em si, a mais doce encomenda.
Devo ampará-lo, suave, no colo,
para impedir queda brusca no solo,
pois ele traz o meu bem, minha prenda!
(Primeira publicação em 24 de setembro de 2010).