DECEPÇÃOII
Eu creio no amor, mas não na pessoa amada,
Pois o primeiro tenho aqui para sentir;
O segundo me deu as costas por nada,
Como um vulto no escuro a vi sumir.
Para tudo vi que o amor dela é derradeiro:
Mais lhe vale o salário que doces suspiros,
Seu namoro não tem gênero companheiro,
Pois espera que lhe beijem, beijos de vampiros.
Na minha sede eu pedi água suplicante,
Mas foi sal que me ofereceu, como a morte,
Eu pensei que veria a sepultura.
Mas vi que este sal era lágrimas de amante
Que rolavam com um gosto forte
Das decepções da minha triste ventura.
(YEHORAM)