"SACUDINDO A POEIRA"
Quando eu me julgava na fé sustentado
Uma confusa mudança deu-me outra inclinação
Tudo veio, outro quase tudo se foi modificado,
E hoje eu me vejo e me sinto com sustentação.
Quando eu me imaginava de futuro garantido
Uma estranha mudança deu-me outro rumo,
O que eu tinha migalhou-se, mas não me dei por vencido,
Embora hoje ainda haja reflexo, mas não assumo.
Quando eu me considerava de ‘amigos’ a casa cheia
Estas precisas mudanças deram-me a convicção
De que “amigos” é coisa rara; o resto é acomodação.
E agora tudo me faz replanejar o que à vida rodeia.
Hão de ser analisados cada momento e emoção
Para não sofrer novamente a dor de uma rejeição.
(ARO: 1993)