"CONTROVÉRSIAS"
Quem ama esquece: palpita o coração
Quem vê cara, já não tem a mesma opinião
Na terra de cego, vale tudo, diz o ardiloso
Quem tudo quer, não passa de um guloso.
Quem ama dois senhores, é esperto: afirma o racional
Quem oferece a outra face, pode ser anormal
Na casa de ferreiro, tudo é de pau: comenta o vizinho
Quem tem algum dinheiro, nunca se vê sozinho.
Quem semeia vento, é poderoso; vende tempestade
Quem avisa, amigo é, ou receia punição
Na riqueza e na pobreza, há sinais de confusão.
Quem dá ao pobre, é coitado, perdeu mais um quinhão
Quem corre atrás, já é sabido, jamais será lembrado
E na dúvida, pra decidir, melhor é estar acordado...
(ARO. 1996)