DO VENTO

Sobre as ancas do vento, como um baio,
um querubim pintado de infinito,
branca a pele mais branca, uma viagem
que só termina quando o céu termina.

Nos cabelos do vento, não domado
porque é vento, me prendo, vou laçando
as estrelas pra quem amo, uma viagem
que é mais sonho e delírio que verdade ...

Quando acordar, do vento terei o cheiro,
mais perfume que brisa, querubim
metamorfoseado em nuvem clara.

Sobre o colo do vento, como um ninho,
deixaria meus desejos fecundados
se o vento não passasse assim, tão longe ...

 

Parte da coletânea
Alguns sonetos que fiz por aí...

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