Soneto sideral

Sinaleira de amar e doer por dentro

Vou faísca, vagalume, farol

Vou cometa, relâmpago, sol

Vou contudo alterar da órbita o centro

Vou escapar no espaço doido a fora

Pipocar na fuça de algum planeta

Ser mais um evento na imensidão preta

Quando ausente sem avisar que fui embora

Vou rodando pirueta sem gravidade

Vou matéria desconsertando o vazio

Passo cauda rastro de meteorito

Passo às cegas pelo centro da Cidade

Pó, pedra, gelo no calor sem frio

Sigo acaso de encontro ao infinito