SONHOS DISPERSOS
Marcos Loures

Jamais imaginasse o que talvez
Ainda me traria algum conforto
O tempo que se mostre semimorto
O mundo quando agora nada vês

E a farsa que deveras já desfez
O sonho se perdendo nalgum porto,
Cenário quando rude e mesmo torto
No aborto da emoção, a insensatez.

Resumos de outras tantas forças vejo
No quanto poderia em tal desejo
Viver ou mesmo até trazer um passo

Aonde o que se espera poderia
Trazer noutro momento um claro dia,
Enquanto na verdade nada traço.





Rabiscando
Edir Pina de Barros

Enquanto, na verdade, nada faço,
eu sigo a rabiscar mais estes versos
que estavam antes, dentro em mim, imersos,
em meio à letargia do cansaço.

São frutos de viveres tão diversos,
caminhos que pisei, sentindo o espaço,
que agora aqui refaço, passo a passo,
revendo os próprios rastros, tão dispersos.

E rabiscando traço rotas novas,
caminhos outros, nunca percorridos,
calçados com mil cacos do passado.

E os sonhos que algum dia eu hei sonhado
e que pensava mortos ou perdidos,
renascem nesses meus sonetos, trovas.
 
Brasília, 13 de Setembro de 2011.

Livro: ESTILHAÇOS, pg.65


Resposta
Marcos Loures

Os sonhos transpirando em versos tais
Que possam traduzir o que ora penso,
E sei do quanto fora outrora intenso
A sorte entre momentos desiguais,

E sinto que em verdade lapidais
Um mar que se moldara agora imenso,
E quando nos teus versos me compenso,
Encontro raras perlas magistrais,

Pudesse ter nas mãos este poder
E tanto conceber com tal prazer
O quanto ora inundasse em sorte e luz,

Porém um repentista simplesmente
Que tanto ser poeta ainda tente,
Somente vãs palavras reproduz.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/09/2011
Reeditado em 17/10/2020
Código do texto: T3216838
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