BEBER UM ÍDOLO
No momento que me passo da vida que ia,
Sem medo porém..., da ameaça que passa;
Mesmo que a ventura não esteve escassa,
Quase em nada achei prazer..., nem alegria.
Os alívios, tem só quem n'alma os tanto cria!
Quem em trevas quer viver, a luz é desgraça!
Há quem do fogo, faz um sol que o satisfaça,
E mesmo sem beber, é ébrio dentro da agonia.
Resta-me bailar calmo, no desejo que alento.
Aos que ditam regras, deixo-os sepulcral flor,
E rebato-os sem hóstias para tal purgamento.
Suspenso no vôo da ave, deixo leve esta dor;
Ali saciam os que não aliviam o meu tormento,
Então beba por mim, neste teu sonho de amor.