BEBER UM ÍDOLO

No momento que me passo da vida que ia,

Sem medo porém..., da ameaça que passa;

Mesmo que a ventura não esteve escassa,

Quase em nada achei prazer..., nem alegria.

Os alívios, tem só quem n'alma os tanto cria!

Quem em trevas quer viver, a luz é desgraça!

Há quem do fogo, faz um sol que o satisfaça,

E mesmo sem beber, é ébrio dentro da agonia.

Resta-me bailar calmo, no desejo que alento.

Aos que ditam regras, deixo-os sepulcral flor,

E rebato-os sem hóstias para tal purgamento.

Suspenso no vôo da ave, deixo leve esta dor;

Ali saciam os que não aliviam o meu tormento,

Então beba por mim, neste teu sonho de amor.

Setedados
Enviado por Setedados em 09/09/2011
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T3210443
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