"ESPÍRITO RUIM"
Não mais se convence ter na desculpa
De ser a carne fraca e ter um pecado original.
Não serve mais de subterfúgio a quem insulta
De que o perdão absolve o réu da punição virtual.
Não mais se aceita do falso testemunho
A lágrima escorrida na face por vergonha.
Não se acredita mais na defesa que usa o punho
E de quem a mesma mão se torne aberta e risonha.
Não merece mais atenção o olhar triste lambido
Daquele que não pestaneja e faz do outro escada,
Recompondo-se mais tarde na desculpa esfarrapada.
Não se absolve jamais o ser, embora sofrido,
Que em sã consciência se articula em mentiras
Levando seu semelhante a lampejos de ira.