"ESPÍRITO RUIM"

Não mais se convence ter na desculpa

De ser a carne fraca e ter um pecado original.

Não serve mais de subterfúgio a quem insulta

De que o perdão absolve o réu da punição virtual.

Não mais se aceita do falso testemunho

A lágrima escorrida na face por vergonha.

Não se acredita mais na defesa que usa o punho

E de quem a mesma mão se torne aberta e risonha.

Não merece mais atenção o olhar triste lambido

Daquele que não pestaneja e faz do outro escada,

Recompondo-se mais tarde na desculpa esfarrapada.

Não se absolve jamais o ser, embora sofrido,

Que em sã consciência se articula em mentiras

Levando seu semelhante a lampejos de ira.

Profaro
Enviado por Profaro em 08/09/2011
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