FALSA LIBERDADE
E eu que nesta vida tanto abri dela mão,
Achei melhor gozar o melhor da liberdade,
Se o perdimento me fez parte desta orfandade
Que alienada independência causa ao coração.
Por toda esta ventura que me foi concedida,
Não vejo tanto nesta vida a me gabar,
Senão do quanto fui capaz de amar
A mulher a quem chamei minha querida.
Pensei talvez, pensei melhor me fora
Que escravo eu continuasse duma convenção!
Mais perto eu estaria do contentamento:
Ouvir os meus dias como ave canora,
Acordes anfêmero da mesma canção,
Melhor que todo dia esse tormento.
(YEHORAM)