LÚGUBRE NOITADA
De novo eu vou à lúgubre noitada,
Mas, aquela que viperina me atraiçoara,
Pois nesta sexta, que solidão atada!
Adentrei a madrugada que me acordara.
Eu que só sei que me vejo vivo agora,
Amanhã não sei se o que vejo é a morte,
Não sei nem se quando vou-me embora,
Se chegarei em casa em mesma sorte.
Quantas vezes quis recostar-me em lage fria
Que por ventura me entregara em agonia!
Mas as vezes quis viver eternamente.
Foi por um gozo, foi por curto prazer
Que desejei eternizar o meu viver,
Mas foi por curto prazer simplesmente.
(YEHORAM)