Impios
Há tanta dor no mundo! Que tristeza!
E lágrimas contidas, sufocadas,
crianças tão famintas, não amadas,
perdidas pelas valas da incerteza;
e corpos que carregam tal magreza,
que deixa a pele seca, amarrotada,
caídos pelo chão, pelas calçadas,
enquanto outros têm faisão à mesa;
uns roubam muito, mesmo à luz do dia,
e vivem sua vida vã, vazia,
de fome, tantos morrem, simplesmente.
E sempre assim pergunto aos meus botões:
serão feitos de rocha os corações
daqueles que nem olham pra essa gente?
Brasília, 03 de Setembro de 2011
Livro: Cantos de Resistência, pg. 84
Há tanta dor no mundo! Que tristeza!
E lágrimas contidas, sufocadas,
crianças tão famintas, não amadas,
perdidas pelas valas da incerteza;
e corpos que carregam tal magreza,
que deixa a pele seca, amarrotada,
caídos pelo chão, pelas calçadas,
enquanto outros têm faisão à mesa;
uns roubam muito, mesmo à luz do dia,
e vivem sua vida vã, vazia,
de fome, tantos morrem, simplesmente.
E sempre assim pergunto aos meus botões:
serão feitos de rocha os corações
daqueles que nem olham pra essa gente?
Brasília, 03 de Setembro de 2011
Livro: Cantos de Resistência, pg. 84