Segredo
 
"Quando me vêem passar risonha e calma, 
Sem um pesar que me anuvie a fronte, 
Perdido o olhar na curva do horizonte, 
Cuidam que eu tenho o paraíso n'alma".
Auta de Souza 

Pensam que levo n’alma um paraíso,
por andejar assim sorrindo à toa,
cantando uma canção, ou mesmo loa,
plantando uma poesia onde piso;

porque trago nos lábios um sorriso,
já pensam que sou calma - uma lagoa -
serena como a garça quando voa,
menina distraída, sem juízo.
 
Se sempre sorridente assim eu passo
feliz me aparentando, como faço
nos rastros meus há sombras de amargura.
 
Nos ermos de minh’alma peregrina,
por entre as nuvens turvas da neblina,
escondo as minhas dores e tristura.

Brasília 02 de Setembro de 2011.

Sonetos diversos, pg. 33
Sonetos selecionados, pg. 25



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 Roubei a idéia de Marco Aurélio Vieira, cuja versão para o mesmo soneto de Auta de Souza pode ser acessada no linque abaixo:

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/3195542
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/09/2011
Reeditado em 19/08/2020
Código do texto: T3195962
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