REBELDIA (Versejando com JRPALACIO)
Um mais três, quatro, cinco ou nada
É moeda furada, é cão sem dono.
Segue nesse abandono, poesia rasgada,
A minguada palavra, só e sem plano.
E feito desengano, virou madrugada,
Verso da pá virada não falou pelo dono
Rei, agora sem trono, condão sem a fada,
Ah, quanto verso perdido na estrada...
A espada rasgando o destino
O canino a morder a ossada,
Não quer nada o verso com ensino...
Bate o sino, a sorte está lançada.
Resta o astral, essa carta marcada
E o versar do poeta... Fecha a jornada!
Josérobertodecastropalácio
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Marco a cadência e paro mais um verso...
São bichos bravos de coleiras frouxas,
vão embalados pelas linhas coxas,
equilibrando-se em sentido inverso.
Cambaleando nas soleiras tortas,
os tais danados saem aos tropeços...
Vão devorando os doidos adereços,
escancarando assaz maciças portas.
Querem ser livres, versos tão libertos...
Esses rebeldes filhos me rechaçam
e de poesias plenos, se encachaçam...
Querem traçar os próprios fins incertos...
E me entregando os frutos da loucura,
esperam, mansos, minha assinatura...
Marco Aurelio Vieira
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Muito obrigado pela oportunidade, José Roberto.